quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

E se...o Corinthians não tivesse vencido o Paulistão de 1977

    Um dos maiores divisores de água da história corintiana. O título de 1977 fez o alvinegro sair de uma fila de 23 anos e retomar o rumo das conquistas, além de mudar a vida de muitas pessoas, já que foi nessa época que o time teve um dos maiores aumento no número de torcedores em toda sua história.
   O resultado pode não ter sido o dos sonhos de palmeirenses e sãopaulinos, mas não há como desconsiderar a drámática vitória corintiana. Porém, nesse blog, os corintianos continuarão na fila.

Rui Rei passaria de vilão à herói

  Muitos marmanjos esperavam ganhar um belo presente de dia das crianças, afinal, Corinthians e Ponte Preta se enfrentavam no dia 13 de outubro de 1977 pela final do campeonato paulista. O que os corintianos mais querem é o título para sair da fila que já dura 23 anos. O Morumbi se enche com os mais de 86 mil torcedores, quase todos do time da capital.
   Um empate já bastava, mas os corintianos não queriam acabar com a fila dessa maneira. Eles queriam a vitória, independente da maneira que ela viesse.
   O começo do jogo era promissor, uma vez que o time da Ponte Preta parecia nervoso com o fato do Morumbi "tremer" com a reação da torcida corintiana.
   O Corinthians dominava o jogo e o gol parecia questão de tempo. Basílio já tinha acertado a trave duas vezes. No segundo tempo, o time do parque São Jorge matinha o domínio do jogo, mas a Ponte Preta chegava aos poucos no campo de ataque. 
   Com a expulsão de Rui Rei, parecia que o título corintiano se garantiria, no entranto, quando o cotejo se encaminhava para o final, num lampejo de craque, Dicá, o astro pontepretano acerta um chute seco, no canto do goleiro Carlos. O Morumbi se cala. Mais uma vez o Corinthians estava ficando pelo caminho.
   Ainda restavam cinco minutos, porém nessa altura do jogo até os jogadores estavam incrédulos e sem forças para a reação.
   Quando o árbitro Dulcídio Wanderley Bosquilla apitou o final do jogo, só se escutava o triste choro de uma torcida que partiria para o 24º ano sem conquistar um título.

O jogo foi nervoso e acirrado 


Resultados

- O Corinthians ficaria na fila, sabe-se Deus até quando;

- Basílio poderia não se tornar tão ídolo quanto é atualmente;

- A democracia corintiana poderia não ter acontecido;

- A Ponte Preta teria um título em sua história;

- Rui Rei não viraria vilão;

- E, Dicá, poderia ter seu futebol reconhecido, já que jogou bola pra caramba.


Os jogos escolhidos não levam em consideração o time e sim a importância do jogo

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

E se...a Hungria tivesse vencido a Alemanha em 1954

   O time de húngaro, de Puskas e companhia, tinha a Copa do Mundo na mão, só não contava que o time comandado por Sepp Herberger fosse conquistar uma virada impressionante e surpreendente, afinal na primeira fase os húngaros já haviam vencido os alemães por 8 a 3.
  Muito se fala sobre um possível doping do time alemão, mas o que inegável é que eles fizeram um verdadeiro milagre. E por isso esse jogo ficou conhecido como o Milagre de Berna, muito bem retratado com o filme de mesmo nome. Porém, aqui o milagre não acontece.

O estilo de jogo alemão não ficaria tão famoso se a Hungria tivesse ganho

   Quatro de julho de 1954. Chovia em Berna, capital da Suíça e palco da primeira Copa do Mundo disputada na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Os húngaros com Puskas, Czibor e Kocsis chegam a final como o time a ser batido. Já os alemães, á duras penas alcançaram a finalíssima.
   A Hungria tinha seu futebol vistoso e eficiente, chegando a ser matador em alguns momentos. Os alemães tiveram um pouco mais de trabalho mas tiveram sorte que a tabela ajudou já que nas semifinais eles se livraram do Uruguai, até então campeão mundial. Há quem diga que a final seria Uruguai x Hungria se eles não se enfrentassem na disputa para ver quem chegava à finalíssima.
   Quando o jogo começou, percebia-se a superioridade da equipe húngara. Tanto que aos seis minutos abriram o placar com Puskas, que jogou a final no sacrifício devido a uma contusão no tornozelo e aos nove minutos  Czibor fez dois a zero.
  A Hungria era o adversário mais difícil para se defender, principalmente no começo dos jogos, pois eles deram início ao aquecimento. Ver o time húngaro minutos antes da partida, correndo de um lado para o outro, parecia loucura, pois os jogadores se cansariam com mais facilidade. Mas isso deixava Puskas e companhia mais aceso no jogo enquanto os adversários ainda se esquentavam no jogo.
   Parecia tudo definido para os húngaros quando aos 11 minutos Morlock diminuiu o placar para os alemães. E a surpresa veio sete minuto depois quando Helmut Rahn, atacante criticado pela imprensa empatou a partida.
   Com o gramado encharcado, ficava mais difícil para os húngaros que tinham um toque de bola mais refinado enquanto os alemães apostavam em sua forma física.
    O jogo se arrastava debaixo da forte chuva que caia em Berna e a final seguia indefinida. Os alemães, como sempre, iam com muita cautela e assustavam em alguns lances.
    Porém já no fim do jogo, Puskas, sempre ele aproveita rebote do chute de Czibor, depois de uma espetacular defesa do arqueiro alemão, Turek e empurra a bola para o fundo do gol.
   Faltavam ainda cinco minutos para o fim do jogo, mas a força alemã não foi suficiente para superar os húngaros que cravaram seu nome na história do futebol.

Puskas se eternizaria como um "mito" do futebol

Resultados

- Puskas teria se sagrado campeão do mundo, uma honra que tantos outros craques também não alcançaram;

- O futebol arte poderia ter se espalhado pelo mundo antes da Copa de 1958, já que o futebol dos húngaros era de dar inveja;
- A suspeita que se tem até hoje do doping da equipe alemã, teria muito menos importância;

- Porém, pro outro lado, a final mais espetacular de uma Copa do Mundo, poderia não ser tão lembrada e tão amada quanto é.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

E se...Baggio não perdesse o pênalti decisivo na final da Copa do Mundo de 1994

  Quando se fala sobre a final da Copa de 1994, não há outra maneira de lembrar a não ser pelo pênalti perdido por Roberto Baggio, grande craque italiano da época. Mas vale lembrar que ele não foi o único a errar um pênalti naquela final.  Franco Baresi, defensor italiano, já havia perdido sua cobrança pouco antes de Baggio, mas como a de Baggio foi a última, ele foi quem ficou marcado por toda a história.
  Como o primeiro post, o Brasil “ganhou” da Itália, agora é a vez dos italianos vencerem a seleção brasileira.

A Itália ultrapassaria o Brasil 
em títulos mundiais

  Dia 17 de julho de 1994, um horário um tanto estranho para se praticar futebol, 12h30, mas para conseguir arrecadar com mais dinheiro e agradar o horário europeu, brasileiros e italianos entraram sob um calor de quase 40 graus no Rose Bowl, um dos estádios mais importantes dos Estados Unidos. Cerca de 94 mil pessoas lotaram o estádio para ver dois dos melhores jogadores do mundo se enfrentando. Romário de um lado e Roberto Baggio do outro e ambos eram as esperanças de seus países.
 Mesmo machucado desde a semifinal, Roberto Baggio não desapontou, porém seu companheiro de ataque, Massaro, desperdiçava muitos gols. Taffarel fazia milagres enquanto o meio campo brasileiro não se encontrava. Dunga tentava organizar, mas o forte calor atrapalhou muito a dupla Mazinho e Zinho. Romário e Bebeto ficavam sem receber bolas, facilitando o trabalho de Massaro, outro que sofreu uma contusão durante o mundial e voltava justamente na final.
   Para o segundo tempo, Viola veio a campo no lugar de Zinho e deu mais mobilidade ao time. Romário e Bebeto começaram a receber mais bolas porém não dava nada certo para a seleção brasileira. Quando não era a incompetência, era a trave que atrapalhava os brasileiros.
  O zero a zero no tempo normal levou o jogo para a prorrogação. Os dois times exaustos pouco conseguiram criar. A chance mais clara foi de Baggio que frente a frente com Taffarel não conseguiu driblar o arqueiro brasileiro. Aliás, Taffarel vinha se consagrando como grande nome da partida e tinha a oportunidade de comprovar isso na decisão por pênaltis.
Já era quase três horas da tarde quando o árbitro Sandor Puhl fez o sorteio que teve o Brasil como vencedor e com direito a escolher se começava chutando as cobranças ou não.
Preferiu que os italianos começassem.
   Baresi foi o primeiro. Colocou a bola no ângulo direito, enquanto Taffarel pulo para o outro canto. 1 a 0 Itália.
   Márcio Santos foi o primeiro para o Brasil e ele erra. Pagliuca pula no canto direito a meia altura e espalma a bola. E os italianos seguem na frente.
   Albertini foi e marcou o segundo gol italiano com uma cobrança alta, mas no meio do gol. Taffarel arriscou o canto esquerdo e se deu mal. 2 a 0 Itália.
   Branco foi o segundo a cobrar. Um chute forte à esquerda do gol. Pagliuca até pulou mas sem nenhuma chance de defesa. 2 a 1.
   Evani foi cobrar o terceiro pênalti italiano. Mais um chute alto e sem chance para o goleiro brasileiro que foi no canto direito baixo.
    Dunga foi o próximo. Com a raça de sempre, o capitão brasileiro chutou colocado e não deu chances ao goleiro italiano. A bola ainda resvala na trave antes de entrar.
Massaro, dúvida para a partida foi para a cobrança. O nervosismo era visível num dos jogadores mais experientes do elenco da azurra. Tanto nervosismo levou Massaro a chutar mais grama do que bola. Taffarel teve apenas o trabalho de acertar o canto.
  Romário era o próximo. Essa é a chance da seleção empatar o jogo. Romário, que normalmente não cobrava pênaltis, pediu para Parreira deixa-lo cobrar. A confiança que o “baixinho” passou foi tanta que não havia como negar o pedido do melhor jogador da seleção na Copa. E lá foi ele...na trave. Continua 3 a 2 para  a Itália.
   A taça de campeão do mundo estava nos pés de Baggio. Para os brasileiros, restava torcer por Taffarel para ter mais uma chance.
  Mas Baggio dificilmente perdia um pênalti. Com um toque no canto direito, ele deslocou Taffarel e consagra a Itália como primeiro tetracampeão da história do futebol.
   Para o Brasil, resta esperar mais quatro anos para tentar acabar com o jejum que iria para 28 anos até a próxima Copa, na França.

Baggio, o nome da Copa do Mundo. Isso se a Copa fosse para a Itália.


Resultados

- Baggio não seria visto como vilão do jogo e provavelmente ganharia a bola de ouro, que ficou com Romário;

- Romário por sua vez, não conquistaria o prêmio de melhor do mundo, não ficaria eternizado na história dos mundiais e na memória dos brasileiros;

- Seria o fim da Era Dunga na seleção com o segundo fiasco seguido em Copas do Mundo;

- O Brasil partiria para França em 1998 muito mais pressionado, afinal, o jejum partiria para 28 anos sem conquistar um mundial;

- O futebol-resultado da seleção brasileira seria mais uma prova de que precisaríamos apostar mais no talento;

- Parreira seria visto como apenas mais um técnico de futebol;

- E Pelé seria considerado pé-frio, já que estava ao lado de Galvão Bueno na transmissão do jogo.


Vale lembrar que nem todos os fatos narrados aconteceram. Alguns foram modificados para dar contexto e drama na história

sábado, 8 de janeiro de 2011

E se...o Brasil tivesse vencido a Itália em 1982?

   Não sou da época, mas pelos relatos, muitos brasileiros choraram ao ver o Brasil sair da Copa do Mundo de 1982. Também, jamais vi essa seleção jogar ao vivo, apenas nos VT’s e sem dúvida, foi futebol dos melhores. Porém, infelizmente, ela não se consagrou como campeã mundial.
 Então, não há melhor maneira de começar um blog de futebol, falando desse time encantador.


  Quando Paolo Rossi fez seu terceiro aos 29 minutos do segundo tempo, os brasileiros ficaram incrédulos. Para muitos a melhor de todos os tempos, estava sendo eliminada de uma Copa do Mundo por uma, apenas, esforçada Itália. A derrota por 3 a 2, foi a mais dolorosa e ainda irá perdurar nas mentes de quem a presenciou.
  Mas e se por um motivo ou por outro, Paolo Rossi não jogasse, Sócrates jogasse o inimaginável ou se Toninho Cerezo não errasse o passe que resultou no segundo gol italiano, como ficaria o mundo do futebol?

O jogo mais traumático para os brasileiros

   Vamos começar de onde tudo acabou para os brasileiros. Dia 5 de junho de 1982, estádio de Sarriá em Barcelona. Brasil e Itália lutam por uma vaga na semifinal, pois ambos os times derrotaram a Argentina dentro do grupo, mas com a única diferença que o Brasil ganhou por um gol a mais e tem vantagem do empate. 
   Por sorte nossa, Gentile, o implacável marcador de Maradona no jogo contra a Argentina, não estava num dia tão espetacular e Zico, aproveitando as brechas conseguiu desenvolver seu melhor futebol. Com isso, não demorou muito para os comandados de Telê Santana abrirem o placar. Mas para não perdermos o costume, a zaga canarinhho tinha seus pontos vulneráveis e como não podia deixar de ser deu um gol de bandeja para Paolo Rossi, que até então era mais atacante problema do que a solução para qualquer ataque (Rossi voltou de suspensão meses antes da Copa, após ficar comprovado envolvimento com manipulação de resultados). 
   O empate já garantia a vaga, mas como Telê Santana adorava jogar ofensivamente, Falcão colocou o Brasil na frente, perto do fim do jogo. A vaga estaria garantida mas como disse Zico logo após o jogo “ Não era nosso dia. Se marcássemos quatro gols, a Itália marcaria cinco”, então, no último lance, Paolo Rossi faz mais um gol e empata a partida. Afinal, jamais conseguiremos ganhar daquela Itália, nem em imaginação.
   Com isso, passaríamos à semifinal e enfrentaríamos a Polônia, que não era das seleções mais assustadoras e contava muito com as estrelas de Lato e Boniek. Não teríamos dificuldades para alcançarmos a final, doze anos após o tri, no México. Na final, enfrentaríamos a temida Alemanha, de Schumacher, Rummenigge, Breitner e Müller, mas nada que pudesse estragar a festa do futebol arte que encantaria as novas gerações com o título de 82.

Zico tinha a oportunidade de levar a seleção à glória. 
Lá não deu, mas aqui, dei um ajuda

Resultados

- O futebol arte brasileiro faria escola mesmo na Europa, deixando para trás a força e tática de alemães e italianos e com isso, hoje, possivelmente não teríamos a escassez de bons times e seleções, apresentando um futebol que encante quem o veja. Com o título italiano, o futebol se focou muito no padrão de jogo que, bem dizer, é usado até hoje, deixando pouco espaço para os talentosos jogadores;

- Com a eliminação nas quartas de finais, Paolo Rossi, não teria entrado para a história como carrasco brasileiro e também não seria o artilheiro do Mundial, juntando tudo isso com os problemas extra-campos, teria vida curta em Turim, onde jogava na Juventus e rodaria por times menores na Itália;

- Telê Santana ficaria imortalizado como o criador de um novo jeito de jogar futebol, assim como Rinus Michel ficou quando encantou o mundo com a Holanda de 1974. Apesar de Michel não ter sido campeão, a marca daquela seleção da Holanda, será eterna, diferente do Brasil de Telê que ficou marcado mais pela eliminação do que pelo futebol vistoso;

- A geração de ouro do Brasil, poderia ser consagrada com o título de campeão mundial. Mas mesmo sem o título, eles sempre ficarão marcados como os precursores do novo “futebol-arte”, que acabou não emplacando no futebol;


- E por fim, a torcida brasileira, jamais teria o trauma do estádio de Sarriá  e de Paolo Rossi.


Indique jogos que você gostaria que tivesse um outro desfecho.
Dúvidas, sugestões e reclamações são sempre bem vindas.